12
Mar 09
publicado por aquiagorasempre, às 09:29link do post | comentar

Esta é a luz da mente,fria e planetária.
As árvores da mente são negras.A luz,azul,azul.
Gramados descarregam suas mágoas em meus pés como se eu fosse Deus,
Arranhando meus tornozelos,murmurando sua humildade.
Névoas vaporosas e espirituais habitam este lugar.
Separado de minha casa por uma fileira de lápides.
Simplesmente não posso ver onde vão dar.

A lua não tem porta.É uma face em seu pleno direito,
Branca como os nós dos dedos,terrivelmente incomodada.
Arrasta o mar atrás de si como um crime sujo;está quieta,
A boca aberta em total desespero.Moro aqui.
Duas vezes aos domingos os sinos assustam os céu-
Oito grandes línguas afirmam a Ressurreição.
E no final,sobriamente ,badalam seus nomes.

O teixo aponta para o alto.Tem força gótica.
Os olhos se elevam e encontram a lua.
A lua é minha mãe.Não é doce como Maria.
Suas vezes azuis libertam pequenos morcegos e corujas.
Se eu ainda acreditasse na ternura-
O rosto da efígie,suavizado por velas,
Derramando,sobre mim,seus olhos meigos.

Tenho caído pelo caminho.Nuvens florescem
Azuis e místicas sobre a face das estrelas.
Na igreja,os santos serão todos azuis,
Flutuando sobre bancos frios com delicados pés,
Suas mãos e pés duras de santidade.
A lua não vê nada disto.É calva e selvagem.
E a mensagem do teixo é escuridão-escuridão e silêncio.

(Tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maria Cristina Lenz de Macedo)

10
Mar 09
publicado por aquiagorasempre, às 10:27link do post | comentar | ver comentários (1)

Enquanto eu lia o livro,a famosa biografia:

-Então é isso(eu me perguntava)

o que o autor chama

a vida de um homem?

E é assim que alguém,

quando morto e ausente eu estiver,

irá escrever sobre a minha vida?

(Como se alguém realmente soubesse

de minha vida um nada,

quando até eu,eu mesmo,tantas vezes

sinto que pouco sei ou nada sei

da verdadeira vida que é a minha:

somente uns poucos traços

apagados,uns dados espalhados

e uns desvios que eu busco

para uso próprio,marcando o caminho

daqui afora)


(Tradução de Geir Campos)
OBS-Walt whitman para mim é uma dessas vozes que de muitos em muitos séculos nos fala direto à alma e ao coração,como um Homero,um Dante,Rimbaud,Pessoa ou Drummond.O grande rapsodo da modernidade,cantor das alegrias e das dores de todos nós.

25
Fev 09
publicado por aquiagorasempre, às 11:47link do post | comentar | ver comentários (2)

There's a certain slant of light,

winter afternoons-

That opresses,like the heft

Of Cathedral Tunes-


Heavenly Hurt,it gives us-

We can find no scar,

But internal difference,

Where the Meanings,are-


None may teach it-any-

'Tis the Seal Despair-

An Imperial affliction

Sent us of the air


When it comes,the Landscape listens-

Shadows-hold their breath-

When it goes,"tis like the Distance

On the look of Death



Há um certo Viés da luz,

Tardes de inverno-

Que oprime,como o Peso

Das melodias de uma Catedral-


Dor celeste nos causa-

Não vemos cicatriz,

Masuma diferença interna,

No lugar dos Sentidos-


Ninguém pode ensiná-lo-Nada-

É o Selo Desespero-

Um mal Imperial

Que nos vem da Atmosfera-


Quando ele chega,a Paisagem escuta-

As sombras-prendem a respiração-

Quando ele se vai,é como a distância

Na visão da Morte-


(tradução de Marcos Santarrita)


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